Apresentação

A Fundação Viver Produzir e Preservar é uma organização sem fins lucrativos, situada na Região da Transamazônica e Xingu, com sede no município de Altamira, Oeste do Estado do Pará; foi fundada em 1991 pela iniciativa das organizações camponesas, movimentos pastorais e populares urbanos e de educadores da Rodovia Transamazônica e do Rio Xingu, mas sua atuação enquanto movimento social organizado ocorre desde a primeira metade da década de 80 do século XX, após o abandono do projeto de colonização da região pelo governo federal.

Sua atuação inicial contou com o apoio de movimentos pastorais das Comunidades Eclesiais de Bases da Igreja Católica, movimentos políticos e sociais que lutavam pela redemocratização do país, sendo que sua atuação social e política estavam em sintonia com os demais movimentos de organização social que eclodiam no Brasil e na América Latina.

A FVPP tem uma função aglutinadora de formulação de políticas públicas para região. Desde sua fundação, se mantém articulada com os movimentos mais avançados da Amazônia e do país, na proposição e execução de projetos identificados com uma visão sustentável de desenvolvimento.

Contribuiu decisivamente para conquistas econômicas e sociais que fizeram da Transamazônica e Xingu, uma região em que a agricultura familiar se manteve relativamente estável, quando as condições estruturais do país e da região acentuavam o abandono e o empobrecimento das populações rurais.

Atualmente, desenvolve ações definidas a partir do Plano de Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Pará: conciliando agricultura familiar e redução do desmatamento, com atividades planejadas para o período de 2019-2030, no qual aperfeiçoa as estratégias produtivas, visando encadeamentos na economia florestal, fomento as atividades agrícolas sustentáveis  e consolida ações de educação e infra-estrutura, a partir das proposições da sociedade, organizadas em 05 eixos estratégicos: 1-Infraestrutura e logística para o desenvolvimento, 2-Serviços sociais básicos e direitos humanos, 3-Ordenamento Territorial e Gestão Ambiental, 4-Desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental e produção de alimentos saudáveis, e, 5-Governança Socioambiental.

A FVPP é formada por um conjunto de organizações sociais que tem atuado nos principais momentos da historia política e social da região Transamazônica. Inicialmente começou com a denominação de Movimento Pela Sobrevivência na Transamazônica – MPST, que segundo seus principais baluartes, a situação naquele momento era de lutar por condições de sobrevivência de fato, devido ao quadro de abandono em que se encontravam os trabalhadores o abandono do projeto de colonização da fronteira agrícola da Transamazônica.

Posteriormente, após alguns avanços e conquistas, o movimento percebeu que havia passado a fase da sobrevivência, portanto seria necessário formular propostas de desenvolvimento, dessa forma, em 1998, o antigo MPST passa a se chamar Movimento pelo Desenvolvimento na Transamazônica e Xingu – MDTX, cujo denominação permanece até hoje, tendo a FVPP como personalidade jurídica desse movimento.

A FVPP, conforme atualização realizada junto as bases em 2019, congrega 157 organizações filiadas ao longo dos municípios da Rodovia Transamazônica e do Rio Xingu, em 19 municípios do Oeste Paraense. Participa ativamente dos esforços por uma BR-163 Sustentável, que envolve todos os municípios do Oeste do Pará. A FVPP exerce parcerias estratégicas com organismos governamentais e não-governamentais estaduais e federais na implementação de políticas de regularização fundiária e ambiental,  fomento a produção agrícola sustentável, redução do desmatamento, uso sustentável da terra, cuidado com o clima, educação do campo, apoio a juventude rural e urbana, assistência técnica, crédito agrícola, economia florestal, extrativista e pesqueira.

No contexto desse panorama é que se estabelecem, enquanto concepções dos movimentos sociais, ações propositivas para o equacionamento de problemas que afetam as organizações de trabalhadores e trabalhadoras rurais e urbanas; populações indígenas, extrativistas, quilombolas e ribeirinhos. Este processo de qualificação das estratégias do movimento é de caráter permanente e diretamente proporcional à dinâmica por eles imprimida no cotidiano de suas lutas que historicamente tem marcado o histórico de atuação deste movimento social regional, tendo com objetivo maior o desenvolvimento socioeconômico com justiça socioambiental.