As visitas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) no município de Pacajá, ocorreram dos dias 14 a 16 de fevereiro de 2024, sendo no total 20 famílias efetivamente cadastradas no projeto, nas seguintes comunidades: Travessão dos Borges, vicinal 300, Travessão Bela Vista e Vicinal Barraquinha.
Foto: Equipe técnica – FVPP (2024)
De acordo com o calendário agrícola da cultura do cacau, o plantio ocorre no início da estação chuvosa, quando o solo está úmido o suficiente para promover a germinação das sementes. Este período por sua vez, acontece entre os meses de dezembro a abril. No entanto, em decorrência de mudanças climáticas, o “verão amazônico” em 2023 gerou um grande aumento de temperaturas, maior evaporação da umidade do solo e da vegetação, afetando diretamente a biodiversidade da área, atrasando o período de poda de áreas mais velhas (setembro a novembro de 2023) e plantio de áreas novas (dezembro/23 a março/24).
Por este motivo, alguns agricultores ainda estão em fase de preparo de área para plantio de novas lavouras e outros estão preparando áreas para renovação. Com base nesta demanda, as orientações técnicas abordadas tiveram ênfase na coleta e análise de solos para que sejam feitas as recomendações de adubação de acordo com a real necessidade de cada área. E sombreamento provisório e definitivo para as novas áreas.
Para o sombreamento provisório do cacau, uma cultura comumente recomendada é a bananeira (Musa spp.), por ter um ciclo de crescimento relativamente rápido, o que significa que pode fornecer sombreamento mais rapidamente do que outras plantas. Além disso, as folhas grandes e densas das bananeiras proporcionam uma boa cobertura e sombra para as plantas de cacau, protegendo-as da luz solar direta excessiva. Sendo também considerada uma cultura resistente que pode tolerar uma variedade de condições climáticas, incluindo altas temperaturas e chuvas frequentes, o que as torna adequadas para muitas regiões onde o cacau é cultivado.
O sombreamento definitivo é realizado com árvores de até 30 m de altura, com grandes copas, recomenda-se consorciação com espécies nativas, como cumaru (Dipteryx odorata), ipê (Tabebuia), andiroba (Carapa guianensis), cedro (Cedrus atlântica), angelim (Vatairea spp.), jatobá (Hymenaea courbaril), seringueira (Hevea brasiliensis), entre outras. Com espaçamento de 15 x 15 a 24 x 24 m, dependendo da espécie utilizada.
Ao final das visitas, foi aplicado um diagnóstico de satisfação, onde o agricultor pode demonstrar o grau de satisfação com a Assistência Técnica e Extensão Rural -ATER, oferecida pela equipe técnica da Fundação Viver, Produzir e Preservar- FVPP. É importante ressaltar que o período de chuva influencia diretamente na logística de visita nas propriedades das famílias cadastradas no projeto, levando em consideração o grande volume de chuvas no período de inverno amazônico e nas comunidades a infraestrutura das estradas.
Esta iniciativa é apoiada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (NORAD/Puzzle).