Pesquisa de campo para implementação de ATER digital

28 de maio de 2024

O planejamento das visitas de campo iniciou ainda no dia 04 de março de 2024 com a presença do Estúdio Nó, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e Fundação Viver Produzir e Preservar (FVPP). O objetivo é a condução de uma pesquisa de campo dedicada a compreender como o aplicativo de ATER pode melhorar o atendimento aos produtores, proporcionando conhecimento de forma mais rápida, aprimorando tanto a produção quanto a qualidade de vida dos agricultores.

As visitas a campo iniciaram no dia 07 de março de 2024, com as comunidades do km 12, 14 e 16 do município de Brasil Novo, onde a FVPP possui efetivamente cerca de 46 produtores cadastrados, em sua maioria com propriedades de até 10 hectares. Uma predominância muito interessante de uma parte destes agricultores é o fato de serem certificados organicamente ou estarem em transição para adquirirem a certificação orgânica. Como é o caso da agricultora Marta Suely que está em processo de transição da sua lavoura de cacau convencional para o orgânico. Ao fazer essa transição ela agrega valor ao seu produto, contribui para conservação do meio ambiente e reduz a dependência a insumos químicos, promovendo práticas agrícolas sustentáveis em sua propriedade.

Para o manejo destas áreas os recomendado é a utilização do “Fertipeixe”, uma técnica de adubação orgânica que uriliza resíduos dentre eles estão: peixes frescos ou resíduos de peixes, materiais cabonáceos (palha, serragem, folhas secas), cinza vegetal (rica em potássio), urina de vaca (opcional, como fonte de nitrogênio). É importante deixar o Fertipeixe fermentar e decompor por várias semanas, pois durante este período, os materiais orgânicos se decomporão e se transformarão em um composto rico em nutrientes.

Após a maturação, o Fertipeixe pode ser aplicado diretamente ao solo e ao redor das plantas de cacau com uma bomba costal. Em caso de ataque de pragas é recomendado a aplicação do Azadiracta, formulado com óleo extraído da amêndoa da árvore de Nim, onde 1 L de rende 100 L de produto pronto para uso ao ser incorporado com água na bomba de aplicação. Paralelo a isso, durante as visitas tivemos a presença do Arthur Gigli (Estudio Nó), um dos responsáveis pelo desenvolvimento do aplicativo de assistência técnica. O objetivo é que em breve os agricultores em áreas remotas ou de dificil acesso recebam ATER, superando limitações geográficas e de infraestrutura, fornecendo uma gama de informações incluindo vídeos educativos, materiais de treinamento e agendamento de visitas presenciais de forma mais rápida e eficiente.

Desta forma, foi possivel realizar visitas a 23 agricultores, tendo a predominância do gênero feminino durante o recebimento da assistência técnica. A equidade de gênero dentro da cadeia do cacau significa reconhecer e valorizar o trabalho e as contribuições das mulheres, garantindo que elas tenham acesso aos mesmos recursos, oportunidades e benefícios que os homens. Elas possuem um conhecimento profundo sobre práticas agrícolas tradicionais e são responsáveis pelo manejo assim como o cônjuge, ou seja, promover a participação ativa delas, acarreta sistemas agrícolas mais eficientes, diversificados e resilientes.

Além disso, a pesquisa de campo para a implementação do app de ATER foi importante para a personalização e interação, uma vez que ele deve ser adaptado as necessidades específicas dos agricultores, oferecendo orientações personalizadas com base em dados e informações individuais. Isso ajuda a identificar os sucesso e oportunidades de melhorias, contribuindo para aprimorar as estratégias de extensão e alcançar melhores resultados.

Esta iniciativa é apoiada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (NORAD/Puzzle).