Uma carta ao governador do Pará.

23 de novembro de 2015

Excelentíssimo governador Simão Jatene, nosso pesar por mais um ano que chega na reta final sem a presença da autarquia do Estado no território da Transamazônica e Xingu. Já é novembro e a população local de 11 municípios, que compõem parte da região oeste paraense, lamenta a ausência de vossa excelência. E queremos lamentar não a presença física, que é o de menos, mas a falta de investimentos! Vamos lembrar que 100 milhões de reais foram destinados aos cofres públicos do Pará para que houvesse investimentos na área da segurança pública em um território grande e que sedia a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento que é a construção da úsina hidrelétrica Belo Monte. Nestes últimos anos, os quais vossa excelência esteve à frente do Estado, a região recebeu gente dos quatro cantos do Brasil. Altamira, a cidade central, recebeu tantos trabalhadores e ao mesmo tempo sofreu os impactos da obra! Os habitantes aumentaram e lotaram as escolas e as poucas unidades de saúde de ALTAMIRA, sabe o hospital Regional Público da Transamazônica que o senhor faz questão de colocar na mídia na época da campanha eleitoral? Pois bem… O único hospital da região já não têm tantos leitos e por várias vezes vi gente morrer pela falta de vaga na unidade de saúde ou então pela morosidade na transferência de pacientes em estado grave à capital paraense, a metrópole que somou e contou para sua reeleição.
A saúde está doente governador!
Porém o que mais está matando o povo da Transamazônica e Xingu é a violência!
Ontem o 4º policial militar do 16º Batalhão do Xingu foi ASSASSINADO! Assim como os colegas de farda, foi vítima da criminalidade que aterroriza pessoas de bem moradoras de Altamira e das cidades vizinhas.
Foi morto a sangue frio!
A verdade é que as quadrilhas crescem, assim como o tráfico de drogas, que junta adolescentes e adultos, e que, consequentemente aumenta os atentados.
Governador a Polícia Militar do Xingu está de luto!
A segurança por aqui é refém!
Inocentes se trancam nas casas enquanto os bandidos estão soltos na rua prontos para atacar! Não existe mais horário para os assaltos e para as mortes. É gente morrendo de dia e de noite enquanto o seu governo nada faz para que os militares sintam segurança, sintam orgulho de trajar a farda da polícia militar do Pará.
Ora! Os praças: Soldados, cabos e sargentos que estão 24 horas nas ruas contam com a proteção divina para trabalhar! Porque da vossa excelência, desculpe a franqueza, ninguém espera mais nada!
Cadê os milhões? Cadê os milhões? Cadê os milhões?
Será que o restante do Pará sabe que por aqui ninguém sabe aonde foi parar tanto dinheiro?
Policiais trabalhando sem reconhecimento do Estado, com pouco efetivo para cuidar de mais de 130 mil habitantes só de Altamira.
Vi tantas vezes os militares economizando o pouco combustível das viaturas. Vi as motos dos patrulheiros sendo colocadas em cima das caminhonetes da PM para serem levadas ao quartel, porque simplesmente pela falta de gasolina, paravam no meio da rua.
Que vergonha!
Isso aconteceu na era do PSDB. No governo do SIMÃO JATENE!
Pessoas morreram por culpa deste governo ineficiente que gasta milhões em propagandas políticas e tão pouco com o que realmente importa!
Ontem, aconteceu uma chacina em Altamira! Um policial morreu e mais 7 pessoas foram assassinadas. Sangue na periferia e no centro da cidade.
Conflitos violentos!
Ninguém por aqui quer ver guerra! Pelo contrário quer ver PAZ!
Quer que a criminalidade seja combatida e que a polícia seja respeitada!
Quer que a justiça de fato aconteça!
Quer que Altamira seja lembrada como a terra da promissão como canta o hino deste município e não como a cidade sem lei!
Mais do que querer mostrar utopias é necessário cuidar dessa gente que é só lembrada a cada 4 anos.
É gente morrendo por essa Transamazônica adentro e por esse Pará a fora!
É gente que pede Socorro!
Que paga imposto nesse Estado de tarifas de carestia e de um governador tão barato!
Simão Jatene siga a ideologia de Juscelino Kubstischek, grande político brasileiro, que dizia o seguinte:” Eu volto atrás sim, eu não tenho compromisso com o erro.’’
Sem mais…

Raiany Brito / Jornalista, Pedagoga, Brasileira, Paraense, Altamirense!

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