Educação no campo é direito e não esmola!

7 de agosto de 2015

Falar de educação no campo é falar da luta dos movimentos sociais. Pois a história das Casas Familiares Rurais no Pará se confunde com a história de tantos militantes que sempre defenderam a igualdade! Que desde sempre lutaram para que a qualidade do ensino também fosse realidade nas áreas rurais.
Depois de muitos debates foi implantada no Pará a primeira Casa Familiar Rural. O ano era 1998 e a cidade escolhida para a experiência foi Medicilândia no território da Transamazônica. Utilizando o método da Pedagogia da Alternância, que permite que o aluno fique 15 dias no leito familiar e 15 dias estudando e partilhando a vivência no campo na escola, a metodologia foi inovadora, desafiadora…

 

Mas deu resultados positivos. Logo, mais Casas foram implantadas em todo Estado que hoje somam 30 unidades que oferecem além do ensino fundamental e médio, a formação técnica.
São mais de 2000 mil jovens oriundos da roça que se preparam para o mercado de trabalho: Saem das CFRs com o diploma de ensino médio e também de técnico em agropecuária, técnico em agricultura, técnico florestal, técnico em agroindústria ou técnico em agroecologia.
São meninos e meninas que viram na Casa Familiar Rural uma oportunidade de crescimento profissional e também um incentivo para a permanência no campo! A missão das CFRs é justamente diminuir o êxodo rural, quando os agricultores decidem sair da roça em busca de um ensino de qualidade para os filhos.
As Casas Familiares Rurais também batem recorde de aprovação em vestibulares. É crescente o número de egressos que conseguiriam vaga em universidades públicas. Entretanto, embora os benefícios sejam nítidos… Falta incentivo dos governos! As políticas públicas não chegam com celeridade para o campo!
E é justamente por conta deste entrave que a juventude rural se reúne em grandes encontros para discutir de que forma pode cobrar mais atenção!
O 3º intercâmbio aconteceu em Altamira e é o maior evento, em nível de Brasil, que concentra o maior número de alunos de Casas Familiares Rurais.
O evento que foi realizado pela ARCAFAR ( Associação Regional das Casas Familiares do Pará) reuniu 500 pessoas e contou com o apoio de parceiros como Fundação Viver Produzir e Preservar e Federação dos Trabalhadores da Agricultura.
Foi um momento de reflexão, debate e de lazer!
Para encerrar o intercâmbio uma grande marcha foi feita pelas principais ruas de Altamira. Os jovens formularam e entregaram documentos, pontuando as demandas de cada região paraense, para os representantes da Casa de Governo e para a secretária Estadual de Educação.
O grito entoado foi de respeito!
Querem recursos para que a educação do campo fortaleça a agricultura e abra portas para que o filho do agricultor chegue longe trilhando os caminhos do saber.
Um sonho que precisa virar realidade! Na composição de Gilcivan Santos, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais, ele também lembra o clamor dos estudantes da roça!
‘’ Não vou sair do campo pra poder ir pra escola. Educação no campo é direito e não esmola’’.

Raiany Brito // ASCOM FVPP

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